top of page

Raízes e identidade: uma introdução à artistas pretos e pernambucanos para conhecer

  • Foto do escritor: Revista Guilhotina
    Revista Guilhotina
  • 20 de nov. de 2024
  • 4 min de leitura


Você já parou para pensar em quantos artistas negros você conhece? Nesse dia 20 de Novembro, apresentamos uma seleção de seis artistas pretos de Recife, Pernambuco, para conhecer e acompanhar. Entre conversas, encontros e expressões artísticas diversas, trazemos um guia de pessoas que fazem (e vivem) arte nas universidades federais do nosso estado.


Artia


Artia, 22 anos (@artiah.lauh)
Artia, 22 anos (@artia.lauh)

Artia (@artia.lauh) é multiartista e estudante de Licenciatura em Dança no Centro de Artes e Convenções da UFPE. Aos 22 anos, já coleciona performances artísticas incríveis e carrega junto a si um legado na cena ballroom de Pernambuco.


No mês da Consciência Negra, Artia se junta a Ester Soares (@esterssoares), integrante do grupo jaboatonense Coco do Rosário, para ministrar a oficina “Ekó: Dança das Yabás”, uma oportunidade de explorar, assim como entender a força de uma manifestação cultural e religiosa atreladas às matrizes africanas e que é celebrada nos terreiros de candomblé. Em entrevista à Guilhotina, Artia contou um pouco mais da experiência de criação da oficina:

"Acho que esse lugar da oficina é muito importante por conta disso, porque uma coisa é você ativar uma movimentação do seu corpo, mas você levar outro corpo a ativar essa movimentação é uma coisa totalmente diferente, que abre muitos e muitos leques e possibilidades. [...] Saem coisas muito bonitas, muito legais. A gente chega em lugares muito legais de troca com o outro, e eu acho que é muito sobre isso, porque dançar nesses processos ancestrais é viver."

A oficina ocorrerá nos dias 22/11, 29/11 e 06/12 no Espaço Cultural Ariano Suassuna, localizado no Cine Teatro Samuel Campelo, em Jaboatão Centro.


Mavinus


Mavinus, artista visual, Recife (PE)
Mavinus, artista visual, Recife (PE)

A artista visual e educadora em formação, Mavinus (@mavinus), é a mente brilhante por trás de telas que buscam enaltecer, através de seus registros nos pinceis, as belezas contidas na vivência e na potência de mulheres negras.


Na UFPE, ela foi responsável pela idealização e produção da exposição "(Re)exisistir: Transição Capilar e Identidade Negra", em que Mavinus abordou a transição capilar e o cabelo como ferramenta na construção de uma identidade negra.


Já nos dias 29 e 30 de novembro, ao lado de (@acalorou), Mavinus ministra a oficina de “Introdução à Pintura - Criando Tons de Pele com Tinta Guache”, uma oportunidade sem igual de aprender, na prática, um pouco mais sobre a representação das diversas tonalidades de pele na pintura.

"Cortar o que não pertence mais" por Mavinus
"Cortar o que não pertence mais" por Mavinus
Vinil por @ayshadiablo para ELLENBYBRAIDS
Vinil por @ayshadiablo para ELLENBYBRAIDS

Vinil


Vinil Santana (viniiiiil) é uma modelo pernambucana que representa a resistência trans e periférica na moda. Sua volta às passarelas está marcada para esta sexta-feira (22) no Festival Motim, que será sediado no CAC da UFPE, onde desfilará com a marca independente, YAD BROD.


A modelo tem 4 anos de carreira na arte e está à frente do projeto independente e audiovisual AFETIVAS, que visa expor o trabalho de mulheres pretas e trans. A iniciativa tem como objetivo enaltecer a cultura negra e periférica por meio da parceria com @ellenbybraids e a marca Mão Afetiva, em um editorial escrito e produzido por Vinil e que trará artistas negras para protagonizar o projeto ao seu lado.


Ayla Guadalupe


Criando relatos bordados de sua experiência como mulher preta, mãe e artista visual, Ayla Guadalupe elabora a tessitura dos afetos que perpassam sua vida e reconta memórias através das linhas. A artista têxtil e arte educadora também promove uma oficina de pintura de agulha.


Ayla, artista têxtil, Recife (PE)
Ayla, artista têxtil, Recife (PE)

Jéssica Arapuá


Por trás de cada traço da artista recifense Arapuá, apresenta-se uma narrativa de coragem e resistência. Jéssica Arapuá, mulher negra e que vive na comunidade, revela em suas obras a complexidade de ser e existir dentro de seu contexto social.


Sua obra Pronta pra Guerra (2023) é considerada pela artista como um marco da carreira artística e de sua jornada pessoal. Criada em um momento de autoconhecimento, a peça simboliza seu renascimento como mulher e artista.


"Essa arte tem um significado importante porque foi quando eu senti que minha arte era muito necessária e que tinha força, tanto pra mim quanto pra outras mulheres que se conectaram com ela.”


Antonio Santos


Formado em Cinema pela Universidade Federal de Pernambuco, Antonio Santos (@guiiher), aos 23 anos, fez sua estreia como diretor com o curta Primavera Preta (2024). Natural de Olinda, o cineasta traz, através da obra, uma visão diante da juventude negra e periférica e mostra as diversas faces das cidades de Olinda e Recife, permitindo que o curta consiga dialogar com pessoas que veem as cidades por esse mesmo ângulo ou vivem aquilo que é mostrado. 


“Eu acho que a negritude é o meu ponto de partida e ao mesmo tempo é minha linha de chegada enquanto artista.”


Antonio Santos, diretor de Primavera Preta (2024)
Antonio Santos, diretor de Primavera Preta (2024)

Ganhador da II Mostra de Cinema Negro Periférico de Ouro Preto, Primavera Preta chegou a ser exibido em diversas mostras de cinema por todo o Brasil, como o Festival do Cinema Universitário Brasileiro, em Curitiba, a 2ª Mostra Sob a Luz da PUC Minas, em Belo Horizonte, e o MOV - Festival Internacional de Cinema Universiário de Pernambuco, sediado em Recife. No dia 8 de dezembro, o curta fará sua estreia internacional durante a London Film Week, em parceria com o Cine Brazil, no The Garden Cinema, em Londres, junto ao filme Retratos Fantasmas (2023), do diretor Kleber Mendonça Filho.


“Eu tô muito feliz que as pessoas estão se identificando com a arte e que ela está passando por elas de alguma maneira, porque, apesar de fazer um filme para pessoas pretas, tem vivências que são universais.”

Comments


bottom of page