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CRCU: Explorando o "Chappell Roan Cinematic Universe"

  • Guilherme de Almeida
  • 9 de out. de 2024
  • 5 min de leitura

Uma lista de filmes para todos os membros do Pink Pony Club.


Quase impossível afirmar que Chappell Roan não é um dos nomes mais interessantes e peculiares a emergirem na música pop mainstream recente. Mesmo com apenas um único albúm lançado até o presente momento, seu disco de estreia The Rise and Fall of a Midwest Princess (2023) está repleto de referências a cultura pop, em especial, ao cinema. Suas canções citam desde clássicos adolescentes, como Meninas Malvadas (2004) até estrelas do cinema francês, como a atriz Brigitte Bardot.

 

Essa bagagem cultural toda é o que faz com que suspeitemos que Chappell talvez seja uma de nós... ou seja, uma cinéfila de carteirinha! Foi pensando nisso que a Guilhotina resolveu criar uma lista de filmes que passam a mesma energia da nossa lésbica do pop favorita, cada filme representando uma de suas canções famosas.

Megan e Graham, personagens de But I'm a Cheerleader, se encarando de perto enquanto limpam o chão
Reprodução: divulgação

1. Good Luck, Babe! – But I'm a Cheerleader (1999)

 

Você pode beijar centenas de garotos em bares / Tomar outro shot, tentando parar o sentimento

 

Uma das sequências mais memoráveis e importantes do clássico queer But I´m a Cheerleader é quando as personagens Megan e Graham – interpretadas respectivamente por Natasha Lyonne e Clea Duvall – vão parar num bar gay, e é também nessa cena que Julie Delpy faz uma participação especial. Precisa explicar mais alguma coisa? Afinal, você pode até dizer que nós não somos nada, mas você sabe a verdade...

 

2. Femininomenon – Female Trouble (1974)

 

hit it like rom-pom-pom-pom / get it hot like Papa John

/ make a bitch go on and on / it's a femininomenon


"Inspirada por Divine, a mulher mais bonita do mundo" – Chappell Roan.

 

Personagens do filme Female Trouble posando felizes para uma foto.
Reprodução: divulgação

Para sua apresentação durante a Parada do Orgulho de Louisville (Kentucky), Roan foi vestida como a protagonista Divine (Harris Glenn Milstead) do clássico da contracultura norte-americana Pink Flamingos (1972). Divine, ícone drag e musa de John Waters, estrelou diversos filmes do diretor, dentre eles Female Trouble, onde interpreta uma adolescente que foge da casa para uma vida de prazeres libertinos, tudo porque não ganhou seu sapato de "chá-chá-chá" no Natal. Female Trouble é repulsivo, anárquico, decadente e grotesco, Female Trouble é um verdadeiro Femininomenon!




Vampira loira de Ginger Snaps encarando alguém
Reprodução: divulgação

3. Red Wine Supernova – Ginger Snaps (2000)


Ela fez aquilo ali mesmo, lá na varanda / Colocou seu dente canino na lateral do meu pescoço

 

As irmãs de Ginger Snaps provavelmente se julgariam legais demais para ouvirem as baladas pop de Chappell Roan, mas não podemos negar que tanto as canções de Roan quanto o terror adolescente de lobisomens dirigido por John Fawcett exprimem bem a experiência feminina de crescer sendo diferente dos demais.

 

4. After Midnight – D.E.B.S (2004)

 

Eu fui uma boa garota por muito tempo / Mas amor, eu gosto de flertar, de um amante ao meu lado / Não posso ser uma boa garota nem se eu tentasse

 

Meninas de D.E.B.S com armãs na mão, em uma das cenas do filme
Reprodução: divulgação

D.E.B.S narra a trajetória de quatro jovens espiãs, que estão concluindo seu treinamento em uma academia secreta que recruta adolescentes para lutar contra o crime. A grande reviravolta da história acontece quando uma das agentes mais exemplares, Amy (Sara Foster), se vê apaixonada por Lucy Diamond (Jordana Brewster), uma das mais perigosas vilãs do planeta. Esse enemies to lovers lésbico é extremamente After Midnight, já que a vilã Lucy Diamond facilmente criaria uma briga num bar por sua amada, assim como o eu-lírico da canção.

 




5. Casual – Shiva Baby (2020)

 

Você não precisa me chamar de namorada / Eu só quero manter as coisas casuais

 

Danielle, de Shiva Baby, na festa shiva de sua família, parecendo irritada
Reprodução: divulgação

A partir deste ponto, vocês perceberão que a simples inclusão de Rachel Sennott no elenco de um filme já é suficiente para classificá-lo no Chappell Roan Cinematic Universe. Shiva Baby é um filme desconfortavelmente ansioso e delicioso. Nessa dramédia, Sennott interpreta Danielle, uma estudante universitária que, durante um shivá (período de luto no judaísmo), se depara com uma situação constrangedora ao encontrar tanto seu sugar daddy, Max, quanto sua ex-namorada, Maya, no mesmo local. Enquanto tenta aparentar normalidade, as interações com Max e Maya fazem com que o ambiente fique progressivamente mais tenso e claustrofóbico para Danielle.

 

6. HOT TO GO! – Bottoms (2023)

 

Não quero o mundo, mas vou dominar essa cidade / Quem pode culpar uma garota? Me chame de gostosa, não de bonita

 

PJ e Rosie, de Bottoms, na cena em que elas participam a primeira vez do clube da luta de garotas
Reprodução: divulgação

Se Bottoms tivesse sido lançado esse ano, HOT TO GO! com certeza faria parte da soundtrack oficial. Em entrevistas, Chappell Roan declarou que escreveu a canção para a versão mais jovem de si mesma, insegura quanto a participar da equipe de líderes de torcida. A história de Bottoms gira em torno de duas melhores amigas, PJ (Rachel Sennott, de novo) e Josie (Ayo Edebiri), que decidem criar um clube de luta para garotas, mas acontece que o tal clube serve de fundo para um plano maléfico das duas amigas: pegar líderes de torcida populares.

 


Casal de Lisa Frankenstein juntos, abraçados, e a Lisa se escondendo atrás dele, com medo
Reprodução: divulgação

7. My Kink is Karma – Lisa Frankenstein (2024)


Se o karma é real, espero que seja a sua vez

 

Enquanto Lisa Frankenstein é uma comédia surreal sobre a busca por um amor ideal, My Kink Is Karma investiga como nossas experiências e escolhas moldam os nossos relacionamentos. Ambos questionam normas sociais, explorando os aspectos divertidos e, às vezes, complexos do amor e da autoidentidade.


8. Picture You - The Vampire Lovers (1970)

 

Fecho as cortinas, acendo todas as velas / Deslizo meu belo vestido pelo meu corpo / Quando penso em você / Todas as noites, ambos os lábios no espelho / É ritualístico


Duas mulheres de The Vampire Lovers se encarando
Reprodução: divulgação

Inspirado na novela Carmilla, de Sheridan Le Fanu, The Vampire Lovers (1970) é um filme britânico de terror gótico, dirigido por Roy Ward Baker. Ambientado no século XIX, o filme narra a história de Carmilla Karnstein (Ingrid Pitt), uma vampira que se infiltra em famílias aristocráticas, seduzindo e atacando jovens mulheres.

 

9. Pink Pony Club – Mulholland Drive (2001)

 

Sei que você queria que eu ficasse / Mas não consigo ignorar as visões loucas de mim em Los Angeles

 

Cena icônica de Mulholland Drive em que Betty Elms está deitada olhando pra cima com a sobreposição das ruas de Los Angeles
Reprodução: divulgação

Falar sobre a trama de Mulholland Drive pode ser um desafio, já que a narrativa transita constantemente entre realidade, sonho e ilusão, características típicas da obra de Lynch. Mas vamos lá: o longa inicia com Betty Elms (Naomi Watts), uma jovem atriz em ascensão que se muda para Los Angeles em busca de sucesso em Hollywood. Ao chegar em seu novo apartamento, ela encontra Rita (Laura Harring), uma mulher que após um acidente de carro perde completamente a memória. As duas se unem para investigar a verdadeira identidade de Rita e as circunstâncias misteriosas que cercam o acidente.

 

10. Naked in Manhattan – The Rocky Horror Picture Show (1975)

 

Podemos ir para o inferno, mas provavelmente vamos ficar bem / Eu sei que você quer / Amor, você pode ter / Nunca fiz isso, vamos fazer ser cinematográfico


Cena de The Rocky Horror Picture Show em que cantam Touch-A, Touch-A, Touch Me
Reprodução: divulgação

Quem canta a seguinte estrofe, “touch me, touch me, touch me, touch me”, Chappell Roan ou Susan Sarandon em Rocky Horror Picture Show? Talvez Manhattan e Transylvanian não estejam tão distantes assim. A trama do musical de horror queer segue o casal de noivos Brad (Barry Bostwick) e Janet (Susan Sarandon), que, após o carro quebrar em meio a uma tempestade, procuram refúgio em um castelo enigmático (e gay!)

 




11. Guilty Pleasure – Bodies, Bodies, Bodies (2022)

 

Mas algumas garotas boas fazem coisas ruins também

 

Rachel Sennott novamente! Esse slasher pós-irônico e autoconsciente retrata a geração Z de forma exagerada e humorística, mas ainda fiel. Dirigido por Halina Reijn, a trama segue um grupo de jovens que se encontra em uma mansão isolada para uma festa durante um furacão. Ao longo da noite, eles escolhem jogar "Bodies Bodies Bodies", um jogo em que um dos participantes finge ser o assassino enquanto os demais tentam descobrir sua identidade.


Cena de Bodies, Bodies, Bodies em que as 4 amigas estão cobertas de sangue
Reprodução: divulgação

 

2 Comments


lucas fernandes
lucas fernandes
Oct 22, 2024

Chappell Roan chegou na cena pop como um meteoro, se reinventando como a rainha da noite e trazendo para sua música autenticidade e temas como empoderamento pessoal e autoexpressão. Isso lhe rendeu muitos elogios, e não tive como deixar de conhecê-la (com a ajuda da Sophia nessa parte). O mais interessante para mim foi poder ler essa pauta enquanto ouvia as músicas citadas, algo que pretendo fazer novamente antes ou depois de assistir aos "paralelos cinematográficos" também.

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kezia8763
Oct 10, 2024

Agr tenho vários filmes pra reassistir e novos para ver, tudo ao som de Chappell Roan ✨

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